sábado, 8 de outubro de 2011

Amor Real x Pseudo Amor

Acordei esta manhã sem pensar em nada e, antes de começar o meu dia, resolvi entrar no facebook para saber como anda meus povos e povas quando deparei-me com um texto (bem escrito, por sinal) de uma amiga minha muito querida falando sobre Amores Virtuais, dando seu ponto de vista e falando como tais relações são 'vazias'. Lido, me coloquei à pensar e resolvi respondê-lo com outra face da moeda... E resolvi colocar aqui, porque ficaria muito longo para colocar lá.

É algo que quero dividir com vocês.

Link para o texto da Sê: ---->> Amor Virtual / Pseudo Amor

E agora, vamos à resposta. Espero que perdoem, foi um texto de improviso e eu ainda estou com sono... :P


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Hm....devo dizer que concordo discordando com este texto, talvez mais discordando para ser sincera.

O mundo mudou.

Não para melhor como alguns dizem, não para pior como a maioria reclama.

Ele mudou para algo diferente. Vivemos uma era diferente, com verdades diferentes, anseios, necessidades, receios e métodos...todos diferentes.

Esta pós-era da informação deixou o mundo mais superficial para quem vive nela...todas as informações à um clique de distância, todas as notícias do mundo em menos de um minuto à sua disposição, todas as pessoas do planeta na palma da sua mão e a necessidade humana cada vez mais real de tornar tudo isso possível.

E as relações?  Bom, elas acabam acompanhando a vida como um todo... às vezes, para algumas pessoas que passam a maior parte de seu dia conectadas à uma telinha de computador, pessoas virtuais acabam se tornando mais presentes do que aquela que está ao seu lado. Isso é ruim? Talvez até possa ser...mas tudo depende do que você espera e deseja de suas relações.

Apaixonar-se à distância não apenas pode acontecer como acontece... Acontece com aquelas pessoas capazes de se apaixonar simplesmente, sem esperar nada em troca a não ser a sensação que sobra no peito, e não é uma capacidade fácil de ser encontrada por aí. Não é fácil apaixonar-se sem um toque, sem um rosto, sem uma presença, sem alguém para andar com você de mãos dadas pelo shopping... Mas nada disso invalida uma relação à distância por sua ausência.

Quando você se apaixona por alguém que não conhece você se apaixona não pela sua imagem, pelo tom da sua voz, pelo jeito com que te abraça ou pela forma que se veste... Você precisa ser capaz de se apaixonar pelo que sobra. E o que tem atrás de tudo isso? Costumo dizer que pessoas são como cebolas, compostas de diversas camadas. Quando você tira das pessoas as camadas que apenas são possíveis na proximidade o que sobra é o que tem dentro. É o jeito, a personalidade, as idéias... E sim, isso pode ser ensaiado, mas convenhamos que isso não é novidade para a humanidade. Não são poucos os que vivem suas vidas representando papéis, usando máscaras, mentindo e mutando conforme a ocasião, pessoa ou necessidade. Nunca podemos dizer que realmente conhecemos alguém... Isso depende da sua fé, da sua capacidade de confiança, da sua boa vontade em acreditar no próximo. É um risco que se assume, mas não é um risco apenas virtual... Como em todas as relações, a confiança depende 50% de você e 50% é seu parceiro. Tanto no mundo virtual quanto no mundo real há aqueles vivam para mentir, há aqueles que não. Há aqueles que confiam demais e aqueles que não aprendem a confiar nunca.

Acho injusto taxar relações descobertas na rede de vazias porque o que preenche uma relação não é o toque, mas o amor. Claro, há também a máxima de que “quem ama quer estar perto” e eu concordo totalmente com isso...Mas não é porque se está longe que se queira estar longe e assim por diante, mas essa é outra história, a das possibilidades. E ela quem cria é você e seu parceiro, mesmo que para isso precise pegar o carro para ir até a casa do outro ou o avião...

Pensando na relação que eu vivo hoje (iniciada nada-mais-nada-menos nesta rede tão difamada) e em como isso se configura em mim ou como me modifica, devo dizer que estou satisfeita. Satisfeita porque encontrei e fui encontrada por alguém que também seja capaz de gostar de outra pessoa simplesmente pelo que eu ela é, que viu em mim mais do que eu aparento ser e que, por causa disso, se tornou capaz de atravessar um bom pedaço do Brasil para estar ao meu lado... Seja lá como fosse estar ao meu lado. E eu facilmente trocaria uma hora inteira de mimimi com alguém que mal conheço, mas que esteja ao meu lado, pelo toque do meu celular avisando que chegou uma mensagem de 1000 km de distância.  É a tecnologia aproximando pessoas quando a humanidade têm perdido a capacidade de fazer isso sozinha...

Mas apesar de tudo devemos ter cuidado.

Ter cuidado para não viver tão somente no mundo virtual quando o real está aí, inteirinho para ser aproveitado. Quando é muito melhor ouvir alguém dizer bobagens apaixonadas ao seu ouvido do que através de uma tela de computador, quando é melhor ver um sorriso do que um emoticon, quando é melhor tocar a pele do que um teclado... Uma relação não substitui a outra, mas pode sim servir de início.


3 comentários:

Serenity disse...

Carlinha, adorei o texto! ;)

Ficou muito bom.

Só pra justificar, não sou contra amores virtuais, apenas tive uma grandiosa decepção com amores desse tipo, logo, meu texto não poderia ser diferente. ;)

GabiArc disse...

K, excelente texto, vc arrebentou (como sempre huahuahuah)
bjm

http://www.flickr.com/photos/--serendipity--/ disse...

Olá. Acabo de pesquisar "climacofobia" e o google direcionou-me a seu blog. Como este é um problema recém descoberto, que eu desconhecia e que tem me atormentado a vida, gostaria de perguntar-lhe como está, se realmente tem este problema, se faz algum tratamento, se conseguiu superá-lo. Obrigada.